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terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Opinião: Diário do Futuro pela JBC, bom ou ruim?


A edição da JBC ficou boa?

O ano de 2013 mal começou e as editoras já estão se movimentando para agradar e lucrar com seus consumidores. Na verdade já se movimentaram desde o ano passado, anunciando os primeiros títulos que iriam ser trabalhados em 2013. 

A JBC saiu na frente e lançou seu primeiro mangá anunciado para esse ano: Diário do Futuro. Pra quem não ligou o nome à pessoa, no caso, o nome ao mangá, Diário do Futuro foi o título escolhido pela editora para Mirai Nikki, que nada mais é a tradução literal do título japonês.

Ouviram-se muitas reclamações em redes sociais e comentários de sites e blogs especializados, porém, pra mim a JBC acertou em cheio em traduzir o título por alguns motivos. Primeiro porque um nome em português é mais simpático ao público casual, que, diga-se de passagem, corresponde um bom número das vendas das editoras. Segundo que é um nome totalmente plausível aos diálogos e ao contexto da série, onde o tal diário do futuro é citado todo tempo. Mesmo entendendo o puritanismo dos fãs, creio que ao contrário de outros títulos já consagrados, Diário do Futuro não é um título tão conhecido do grande público para que tornasse sua tradução um grande problema de reconhecimento por parte dos consumidores mais desavisados. Ainda sim, existe bem um Mirai Nikki escrito bem abaixo do título em português, então, não há tanto do que reclamar.




Confesso, conhecia Diário do Futuro somente por resenhas e comentários alheios sobre o anime, que foi exibido em 2011 no Japão. Aliás, essa é uma prática cada vez mais comum entre as editoras nacionais, lançar mangás que tiveram ou terão em breve suas versões animadas lançadas no Japão e consequentemente legendadas por fãs via fansub, que sem dúvida é o melhor marketing atualmente para as editoras daqui, já que não temos mais animes sendo exibido na TV, que sempre contribuiu para a venda dos mangás em qualquer lugar do mundo.

Sem nenhuma expectativa quanto ao título, por não conhecer e nem saber do que se trata, apesar de várias contraindicações via twitter, a história do mangá me entreteu em seu primeiro volume. Aliás, em vários momentos tive impressão de ser uma junção de Death Note com Battle Royale, obviamente em sua devida proporção e você entenderá a seguir o por quê.

Diário do Futuro conta a história de Yukiteru Amano, um colegial típico protagonista de mangá: antissocial e estranho. O mesmo passa o dia escrevendo o que vê ao seu redor em um celular, como uma espécie de diário. Sempre é excluído de atividades esportivas e não conversa com ninguém, a não ser com dois “seres imaginários”, um chamado Deus Ex Machina, que segundo o mesmo, é o deus do “tempo e espaço” e a Meru-Meru, que ainda não sei bem o que é, já que só li o primeiro volume.

 Bom, o tal Deus Ex Machina está entediado e com isso resolve criar algo pra se entreter (engraçado, o shinigami Ryuuku de Death Note também) e cria um jogo de sobrevivência onde 12 pessoas distintas se enfrentarão (Battle Royale, oi?) e utilizarão seu próprio diário, que é basicamente a previsão do que acontecerá da mesma forma como era retratada por seu dono. Quem tiver seu diário destruído morrerá.

A partir daí, Yukiteru descobre que a garota mais popular da escola, Yuno Gasai é sua stalker e a mesma começa a fazer de tudo para ajudá-lo a não ser eliminado neste jogo.




Bom, nada muito original, nada muito espetacular, mas nesse primeiro contato achei divertido e fluído. Existem diversas situações forçadas, como a própria fixação da Yuno quanto ao protagonista, o policial Keigo Kurusu, que é um participante do jogo simplesmente do nada querer proteger um até então desconhecido (isso pode ser explicado mais pra frente, não sei) e a situação das bombas na escola. Bom, tendo em mente que é um shonen, relevei bastante coisa, portanto darei uma chance e continuarei colecionando.

O roteiro de Sakae Esuno, apesar de utilizar fórmulas já consolidadas, me pareceu bem trabalhado, já o traço, que não é ruim, é algo bem genérico, não tendo características muito marcantes que faça identificar de início quem é o responsável, mas é um traço competente.

Voltando a falar na edição em si, um ponto criticado por boa parte das pessoas foi o preço: R$13,90. A JBC em uma coletiva feita ano passado, disse que iria lançar vários mangás em diferentes qualidades, mas acho que nem todo mundo entendeu que isso se refletiria também no preço.



A edição da JBC conta com uma linda capa cartonada, 4 páginas coloridas em papel couchê, partes internas das capas coloridas, contracapa diferente da capa e...papel jornal. Essa talvez tenha sido a maior reclamação dos consumidores, mesmo o papel tendo uma gramatura um pouco maior e melhorando levemente a questão das páginas transparentes. 

O principal argumento dos descontentes foi comparar com a edição mais recente de Rurouni Kenshin que tem o mesmo preço, mas é usado papel offset. O que talvez os críticos não tenham colocado na balança é que Kenshin não possui páginas coloridas, não possui impressão na parte interna da capa e apesar de ser um título muito mais expressivo, não é tão recente quanto Diário do Futuro que foi lançado entre 2006 e 2010 na antologia Shonen Ace, podendo influenciar também no custo de contrato. Mas nesse último caso, é mais chute que certeza, já que não sabemos como funciona exatamente a negociação.

Bom, resumindo, a edição da JBC me agradou e surpreendeu. E vocês, o que acharam? Dê sua opinião nos comentários!

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